quinta-feira, janeiro 17, 2008

FUGA

Esmurro a porta que me prende, não me permitindo visualizar o que tem no corredor.
Quero sair! - esse grito ecoa das entranhas, mas não sai na garganta porque minha boca não abre, não me é permitido falar.
Há uma outra que não me permite sonhar! Nem viver!
Empurro essa porta e ela facilmente se abre, nem parece que há pouco estava trancada com enormes correntes e cadeados.
Corro, as janelas fechadas não me permitem ter a visão se é noite ou dia, primavera, outono, inverno ou mesmo verão.
Corro até alcançar o portão! Como o mundo é bonito lá fora! Tem seus encantos, seus fracassos, seus espinhos, seus buracos. Mas tem encanto, beleza e magia, o tapete vermelho está estendido!
Qual rosa vermelha, perfumada que não tem seus espinhos? Qual noite de luar brilhante e estrelas exuberantes, que não traz a treva e o "morrer" do Sol?
Só cabe a mim, abrir o portão e sair!
Está nas minhas mãos o poder de abrir as asas e voar, sair do casulo e viver!
O que fazer?
Olho para trás e vejo o conforto de tudo ser escolhido para mim e não por mim. Vejo a proteção das escolhas certas para outros, quase retorno!
Mas há também as correntes grossas, a porta trancada, que frustram os meus sonhos, os meus mais íntimos desejos.
No impasse de decidir sozinha, sem perguntar pra ninguém, sento-me no chão.
Estou a um passo da liberdade, de ser FREE e por outro lado, estou a um passo de uma segurança perfeita, sem em nenhum momento "quebrar a cara".

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